terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nada melhor do que o Fernando Pessoa para a minha primeira mensagem:

...Há um tempo que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de
nós mesmos.
Celene
2010/10/19

5 comentários:

  1. Concordo.
    Seja bem vinda às estradas do arco-íris.
    Beijo.
    Felicidades ao teu blogue.
    Estou contente

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  2. Se tens voz...canta.
    Nunca deixes o poema
    Ou a canção
    Abortados
    Na garganta...
    -------------
    E eu sei que cantas bem.
    --------------
    Continua. Beijo

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  3. Cara Celene,

    Vejo que começou agora. Também começei há pouco (considerando qu há gente que alimenta seu blogues anos a fio). Começou com um dos nossos poetas. Seja persistente e frequente.Sigua a recomendação de Pessoa, na frase que escolheu: "É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

    (gostei do seu comentário, lá no meu livro!)

    Beijo

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  4. O mar não há maneira de beijar o areal.
    Ficam as conchas e os búzios à espera de o mar se soltar.
    Vêm as noites e as madrugadas cantarem com o mar
    e não o encontram disposto a colaborar.
    As gaivotas nada dizem.
    As flores vermelhas das dunas balouçam tristes.
    E o vento passa com a boca fechada
    como se houvesse um segredo nas arribas, na costa, no mar e na distância,
    com os barcos de velas antes airosas
    agora magras e de proa baixa,
    como se a boca do mar tivesse sido proibida de falar.
    Há que esperar,
    há que esperar,
    diz o faroleiro
    no rochedo sentado,
    a cisnmar.
    - Há que esperar,
    há que esperar,
    dizem os pescadores
    puxando as redes no mar...

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